(...)Quando saio de casa para dar um passeio, sem saber ainda onde me levarão os meus passos, e dou ouvidos ao meu instinto, creio, por estranho e bizarro que pareça, que tendo inevitavelmente para sudoeste, para um certo bosque, campo, prado deserto ou monte nessa direcção. O ponteiro da minha bússola recusa fixar-se - oscila alguns graus e nem sempre aponta como devia para sudoeste. É bem verdade, e tem razão nesta variação, mas aponta invariavelmente para um ponto entre o oeste e su-sudoeste. Assim se me afigura o futuro, e a terra parece-me mais inesgotável e mais rica nessa direcção. O traçado que as minhas caminhadas descrevem não é tanto um círculo, mas uma parábola, ou uma daquelas órbitas de cometa que se pensou descreverem curvas definitivas, mas neste caso espraiando-se para ocidente, ocupando a minha casa o lugar do sol. (...)
Henry David Thoreau in Caminhada
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