13 abril 2015

Perikitsch

Coisa-pássaro,
o periquito auriverde
no osso do choco afia
seu gorjeio, sua verve.

Enche-me a casa, debita
o Verdi, Maria Rita.

Dou-lhe corda
(é um artista!),
corda de aço ou de alpista.

Tanto basta
para que ele ponha em hasta
seu mecânico talento.

Perikitsch, meu portento!

Alexandre O'Neill in Poesias Completas

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