De novo o verão, entretecendo os fios.
Através da seda correm as agulhas do sol.
Este é o fio da vida lançado sobre as pontes
como uma renda de ameaçado fulgor.
Aqui estão os fios do amor, rasgando a mão
cujas linhas ardem,
onde arde o amor,
o amor por fim consumido, encostado às
próprias cinzas,
batendo às portas de sempre.
Do lado de dentro ninguém responde já que da
morte os fios ergueram a casa do silêncio.
É de novo o verão
com as suas doces facas sobre o destino.
José Agostinho Baptista in Biografia
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