"Como o gladiador na arena em que fui posto pelo destino que de escravo o expôs condenado, saúdo, sem que trema o César que haja neste circo rodeado de estrelas. Saúdo de frente, sem orgulho, que o não pode ter o escravo; nem alegria, que a não pode fingir o condenado. Mas saúdo, para que não falte à lei aquele a quem toda a lei falta.
Mas, acabando de saudar, cravo no peito o gládio que me não servirá no combate. Se o vencido é o que morre e o vencedor quem mata, com isto, confessando-me vencido, me instituo vencedor".
Fernando Pessoa in Prosa Íntima
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