Há versos que rompem como cactos
em escarpas desoladas de terras
desconhecidas. Versos que picam
por dentro e sem cessar se repetem
versos que se escrevem e não se escrevem
como as primeiras frases que ao despertar martelam
com suas sílabas de gelo e sol.
Há versos que me trazem uma torre para a luz
um sorriso para o teu dia
um cigarro para o serão
um copo de vinho
e também a rosa negra que por vezes floresce
no caminho.
Há versos que me trazem a estrela errante
e o nome suprimido
num velho pergaminho
ou o esplendor de um instante
sempre que estou perdido
no caminho.
Manuel Alegre in Nada está Escrito
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