quem poderia esquecer-me?
eu que sempre cantei em surdina,
eu que tudo perdi um dia junto a ti à procura de
um puríssimo coração,
pobre jeremias,
pobre sonhador
dos jardins oblíquos e das flores infantis,
pobre senhor dos anjos demoníacos
que altar algum contemplará.
sim quem poderá esquecer-me?
eu que que aqui cheguei
depois de todas as veredas que desci como se nada
visse -
e eram tantas eram tantas-
depois dos mares mais profundos e claros que subi em
pequenos navios sem nome,
oh pobre jeremias
filho da grande noite do medo da agonia e
das florestas de Ucayali,
quem poderia esquecer-me?
José Agostinho Baptista in Biografia
Sem comentários:
Enviar um comentário