19 junho 2011

Quando entrava um amigo, Abria a casa

Quando entrava um amigo, abria a casa
a sua roda de estremecimento.
A uva, atónita, quase que antecipava
o surto de alegria que, por dentro,
ia adensando. Tenteava,
para que a curva de caldeamento
viesse da frescura. E fosse clara
como vai sendo
a nitidez da luz que paira
sobre a assembleia, no momento
que se elucida de taças
e do perfume de as vermos.
A essa hora ia-se a roda alta
da luz movendo;
e cada amigo nela eternizava
a curva e a figura de estar sendo.

Fernando Echevarría in Antologia

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