25 maio 2011

Réquiem para a Infância

I
O mar. E nem palavras abolidas
para a evasão do templo e da criança
nem o sonhar de cores se lança
do cego para as rosas esculpidas.

O mar. E nestas praias esquecidas
o leste se interrompe na esperança
de receber a noite desta dança
das tuas mãos ao vento adormecidas.

O mar. E nem luares nem cantigas
no sono das fronteiras inimigas
que passam no leito desmanchado.

Porque o pássaro é rubro na manhã,
cai do campo no coração da irmã,
para morrer brinquedo inacabado.

Garibaldi Otávio in O Girassol

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