25 abril 2011

4

tantas são as razões, as coloridas
de entardecer, as dissolvidas a poente,
as vestidas de pátria sociedade,
as ruinosas, no discreto microfone;
sublimes, no sorneto;

Intensas maresias, cães de chuva;
água apenas de leve respirada;
um não sei quê em clássico recorte,
a lentidão das linhas, os sapatos,
que se não sente só quando se sente,
outras frases que ficam para quando;

carpinteiros saltando, viga em viga!
vagas coisas de bêbeda poeira;
o luscofusco, o planetário, a salsa,
o susto sem razão do jardineiro;
inúteis, mas tão próximas de nada
que ao pensá-las abriu outro sentido;

António Franco Alexandre in Poemas

Sem comentários: