28 março 2015

Hoje e Amanhã

Assim estou de pé, empedernido, para a
distância a que te conduzi:

Escavadas
pela areia movediça as duas
covas na orla inferior da fronte.
Oculada
escuridão lá dentro.

Latejado
por martelos baloiçados em silêncio
o lugar,
onde o olho alado me roça.

Por detrás,
entalhado na parede,
o degrau,
onde se agacha o recordado.

Para este lado
pinga, dádivas das noites,
uma voz,
onde esvazias o beber.

Paul Celan in Não Sabemos mesmo O Que Importa

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